domingo, 13 de fevereiro de 2011 | By: Letícia Campos
Mais um gole de capuccino. Já haviam sido três copos. O mesmo de sempre, amargo e gelado. Lia alguma coisa sem presta muita atenção. Ansiedade demais. A mulher desceu do táxi, elegantemente, carregando seu melhor sorriso. Ele escutava impaciente,  suas milhões de palavras que não diziam, absolutamente,nada. Pediu mais um copo. Levantou-se impaciente. Foi embora. Naquele momento não podia suportar. Não podia suportar o perfume que envenena, o sorriso que hipnotiza nem o doce beijo que entorpece. Não naquele momento. Era preferível o gosto amargo e gelado daquele último copo, a companhia da solidão que lábios doces, quentes e nocivos.  

 “Passei a ocupar meus dias pensando sobre o que, afinal, é isso que todo mundo enche a boca para chamar de amor, como se fosse algo simplificado: defina em meia dúzia de frases, é fácil querida.
É fácil? Pois a querida não entende como uma palavrinha tão simples formada por apenas duas vogais e duas consoantes pode absorver um universo de sensações contraditórias, diabólicas, insensatas, incandescentes e intraduzíveis. O que é amor? Já tentei explicar a mim mesma e, por mais que tente, jamais conseguirei atingir e essência dessa anarquia que dispensa palavras.” Martha Medeiros

7 comentários:

Jasanf disse...

Adorei tua forma de expressão na sua pequena narrativa. Ela é totamente empolgante.

Alfredo Rangel disse...

Amores elegantes, que carregam seus melhores sorrisos, são, sem dúvida, armadilhas que aprisionam corações. E os ferem. Sem qualquer piedade. Em muitos casos, ferimentos mortais...

Letícia, muito bom teu texto e uma escolha muito feliz: Martha Medeiros.

beijo

Antonio Sávio disse...

Ótima escrita. Gostei daqui. Parabéns poelo blog.

Mar disse...

Oi, Letícia, boa noite!!
Dois textos e dois tempos de análise do amor. Ambos excelentes. O amor pode ser menos aceitável ao paladar ou ao coração que capuccino amargo e gelado. Mas não nos esqueçamos que aqui há um pequeno equívoco – não é bem o amor o menos preferível, mas a pessoa pela qual ele se manifesta; pois o amor é sempre mais desejável que capuccino, mas as pessoas a quem se ama talvez não... E o texto da Martha fecha essa complexidade, porque ela simplesmente não consegue explicá-lo. Mas... Quem consegue?! Quem conseguiria explicar o que existe não para ser explicado, mas sentido?!
Um abraço carinhoso
Lello Bandeira

Bella disse...

Adoreei :) Gosto muito dessa forma em que você escreve, é viciante *-*
Eu também, sinceramente, não sei o que realmente significa essa palavra com quatro letras, em que a Martha mencionou. Ela é tão confusa!

Que bom que você voltou para blogg :D:D

Abraço
PorBella

Unknown disse...

Olá Letícia...

Te achei no fecebook, e caí aqui li sua descrição e percebi a exatidao com o que transparecia no ordem. hehe

Belos Post's. =)

nao sei se vai se lembra de min.

Hudson

Mar disse...

Desejo a você um maravilhoso dia da mulher internacional que você é. Não me equivoquei na ordem das palavras. A você, o meu carinhoso abraço. Todos os dias do ano são seus, não apenas este.
Um abraço carinhoso!
Lello

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