Uma pessoa solitária abraçava o travesseiro enquanto não conseguia dormir.
Guardava o rancor de todo mal que havia causado a si mesma.
Em toda a sua trajetória ela sabe que quebrou a maioria das promessas,
até mesmo as mais possíveis de se realizar.
Ela mesma se mortifica toda noite e grita internamente todos os seus defeitos e os perpetua.
Ela pensa que todos os momentos felizes foram inventados pela mente imatura e insegura,
que não confia em ninguém, nem mesmo nos próprios sentidos.
Não se odeia se ama de forma sádica e se decepciona sempre por esperar muito de si.
Ela trai sua própria razão, se mina, mas nunca desiste desse amor bandido e secreto.
Sempre se perdoa, sempre tem esperanças, sempre se magoa.